quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Grupo pede solidariedade a integrantes do MST

Apoiadores do MST (Movimento dos Sem-Terra) farão planfetagem na próxima quinta-feira (04) em Joinville, na Praça da Bandeira. O ato é em solidariedade aos líderes do movimento que foram presos na semana passada. Altair Lavratti, Rui Fernando e Marlene Borges foram detidos com a acusação de formação de quadrilha e tentativa de invasão. Mas foram libertados no sábado.

O documento que será distribuído na cidade diz que a ocupação serve tanto para tornar a terra produtiva e com função social, quanto para denunciar a falta de ação do Estado, que não desapropria latifúndios improdutivos, ou produções do agronegócio que também, segundo a Constituição, não cumprem sua função social – já que agridem o meio ambiente. “No caso de Santa Catarina, a propriedade que seria ocupada estava há mais de 13 anos parada e improdutiva”, complementa ainda o folheto.

E a discussão sobre o assunto não pára por aí. O Comitê de Apoio aos Movimentos Sociais vai pedir à população solidariedade ao MST e às liberdades civis, ao direito de organização e à reforma agrária. O grupo que vai distribuir os panfletos ainda traz o problema para a realidade de Joinville e fala sobre a criminalização das pessoas que lutam contra o aumento na tarifa de ônibus e pela moradia, que são fortemente perseguidos.

Assentamento pode dar certo

A realidade mostra que a reforma agrária é necessária e que pode dar certo. Em Garuva, cidade vizinha de Joinville, o grupo de assentados recebeu terras do governo e agora produz hortaliças para a região. No começo, o problema era o solo da região que era muito arenoso para a produção de alimentos. Mas a solução encontrada pelos agricultores é a plantação de verduras e legumes que são vendidos para os comércios locais.

Fonte: Gazeta de Joinville.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Somos todos sem terra

Solidariedade ao MST

Na quinta – feira (28) militantes do Movimento Sem-Terra em Santa Catarina Altair Lavratti, Rui Fernando e Marlene Borges foram presos, sob a acusação de formação de quadrilha e de tentativa de invasão. No sábado felizmente todos foram soltos, afinal não cometeram crimes.


Só poderia ser crime se, após anos de lutas, esquecêssemos da Constituição Federal. Assim o Estado poderia considerar toda e qualquer organização política uma quadrilha, e chamar de invasão a ação de ocupação de terras improdutivas, que não cumprem sua função social.


A Constituição é bem clara. O Estado pode e deve utilizar terras para reforma agrária, inclusive propriedades privadas, que não atendam aos requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores (Artigo 185). 


Quando o MST ocupa qualquer área é porque o Estado não está cumprindo seu papel, assim, a ocupação serve tanto para tornar a terra produtiva e com função social como para denunciar a falta de ação do Estado, que não desapropria latifúndios improdutivos, ou produções do agronegócio que também, segundo a Constituição, não cumprem sua função social - já que agridem o meio ambiente. No caso de Santa Catarina, a propriedade que seria ocupada estava há mais de 13 anos parada e improdutiva. Isso os jornais não dizem.


É preciso toda solidariedade da sociedade ao MST, em respeito às liberdades civis, ao direito de organização e a reforma agrária. Em Joinville já foram criminalizados quem lutou contra o aumento da tarifa de ônibus e pela moradia, mostrando que essa onda de perseguição só serve para garantir o interesse dos ricos e poderosos contra os trabalhadores. A criminalização do MST é a criminalização da pobreza, da organização e da esperança de uma vida melhor.